quarta-feira, 10 de abril de 2013

How I Met Your Mother é a melhor série de sempre?


Antes de mais vamos pôr tudo em pratos limpos: Eu gosto de How I Met Your Mother. Vou repetir, que pode haver quem não perceba: EU GOSTO de How I Met Your Mother e acho que merece todo o sucesso que tem tido nos últimos anos. No entanto, numa altura em que se sabe que acabará no final da sua 9ª temporada daqui a um ano, acho por bem discutir os seus prós e contras.

Para as 2 pessoas que nunca ouviram falar, How I Met Your Mother tem a premissa da série no seu nome. Contada em flashback pela personagem principal, mostra as aventuras de Ted Mosby, jovem na casa dos 20 e tais, na sua demanda para encontrar a mulher dos seus sonhos e toda a série gira à volta de Ted no futuro a contar uma longuissima história de como conheceu a sua mãe. A ele juntam-se os seus amigos Lily e Marshall ( que ele conhece desde a faculdade e que decidem casar no primeiro episódio), Barney ( o adorável ladies man e o responsável pelo sucesso da série. Não façam essa cara. Sabem que tenho razão.) e Robin, a mais recente aquisição do grupo e interesse amoroso de Ted.

Vamos começar pelo menos bom.

How I Met Your Mother estreou em Setembro de 2005 e tem-se mantido no ar desde então. Para alguém que nunca tenha visto e fique a par destes dados poderá pensar: "2005? Então mas ele anda a contar a história de como conheceu a mãe dos filhos assim há tanto tempo?".
Ao que eu respondo: é uma longa história.

O meu primeiro problema com How I Met Your Mother é o tempo a que está no ar, na medida em que o seu conceito não é benéfico para trazer uma série demasiado duradoura. Ao fim de 9 anos são diversas as alturas em que se perde o foco no objectivo principal, que é conhecer a mãe das crianças. Portanto por várias vezes se põe em causa a finalidade de muitas das histórias que o Futuro Ted conta aos seus filhos. Sim, algumas são engraçadas mas no fim do episódio questiono-me o que tem aquilo a ver com o objectivo principal. O mais preocupante é que tudo isto traz problemas ao próprio titulo da série. Passado tanto tempo, chega-se rapidamente à conclusão que isto não é um tipo a conhecer a sua futura esposa. É a vida de alguém que quer realmente ser feliz e casar e que por acaso parte da história envolve ele ( finalmente!) a conhecer a mãe dos seus filhos. Alguns poderão dizer que há sempre referências à Mãe e que ele já quase se encontrou com ela e que não aconteceu só por acaso. De facto existem mas resultariam muito melhor se a série acaba-se ao fim de 4 ou 5 anos. Depois disto tudo, torna-se francamente cansativo e até enganador.

Ainda dentro do mesmo problema, pergunto-me, muito simplesmente por que raio está ele a torturar assim as suas crianças. Recordo que a história começa com "Miúdos, alguma vez vos contei a forma como conheci a vossa mãe?". E o tipo ainda não acabou de a contar. É suposto pensarmos que os miúdo estão ali a ouvir aquilo tudo? E que o a história está a ser contada toda no mesmo dia? Eu espero que ele vá contando gradualmente porque senão aqueles pobres miúdos já morreram de aborrecimento. E porque carga de água é que ele se põe a contar aos seus filhos toda a sua vida amorosa E sexual? Será que ele se esqueceu que há poucas coisas piores do que ouvir os nossos pais a falar sobre sexo quanto mais a narrar com quem já o fizeram?
Poderão pensar que são aspectos picuinhas de ver a série mas, a meu ver, se How I Met Your Mother estabelece um conceito que a faz andar e depois começa a fazer coisas que não o cumprem é algo problemático.

Um outro aspecto que não gosto tanto está no constante uso do flashback. Não tenho absolutamente nada contra o flashback e acho que as suas potencialidades cómicas podem ser enormes. No entanto todos os episódios, para além de serem contados em flashback, têm eles próprios flashbacks dentro da história que está a ser contada. Adicionado ao seu uso excessivo se tornar irritante em certas alturas, acaba por não fazer sentido. As personagens estão lá e interagem umas com as outras portanto usar este mecanismo é muito distractivo e está um bocado desadequado aos padrões da sitcom de estúdio.

Dito isto, o que há a dizer de bom acerca de How I Met Your Mother? Para ser sincero, uma data de coisas.

Vamos começar pelo que pode ou não fazer uma boa série, que são as personagens. E se há coisa onde How I Met Your Mother sucede é a trazer boas e divertidas personagens. Lily e Marshall, o casal apaixonado que se adora mas que conseguem sobressair sozinhos; Robin, a repórter que consegue evoluir na carreira e também em personalidade; Barney, o engenhoso ladies man que faz tudo para conseguir levar uma rapariga para a cama mas que lá no fundo tem o seu lado querido que não quer mostrar; Ted, o sonhador que deambula pela vida à procura do amor verdadeiro.
Todos eles têm personalidades extremamente vincadas e que sobressaem uns aos outros, evoluindo à medida que os anos passam. Há muita gente que diz que Josh Radnor como Ted não é uma boa personagem principal mas, embora já tenha sido dessa opinião, uma das vantagens do a longa duração de How I Met Your Mother é uma constante e positiva evolução desta e de outras personagens. Barney conseguiu conquistar todo o mundo, em parte pelo carisma do seu extraordinário actor Neil Patrick Harris, e deixou a sua marca na cultura popular de todo o mundo. Existem sempre elementos identificativos em cada personagem que faz com que cada uma tenha algo a dizer, fazer e a deixar impacto nos espctadores.

Um outro aspecto positivo sempre importante em comédia está nas piadas. Se acho que How I Met Your Mother é uma série engraçada? Na maioria das vezes, eu diria que sim. Não me consegue cativar sempre e já vi uns quantos episódios que achei desinteressantes mas quando acerta normalmente acerta em cheio. E em parte porque há muita imaginação e capacidade de romper a barreira da lógica, precisamente por ser uma história que está a ser contada a crianças e que, assim, pode ser bastante exagerada. Não gosto de todas as piadas que são feitas deste modo mas aceito-as porque já foi estabelecido que o podem fazer e sair com a deles avante.

Destaco também algo que adoro em How I Met Your Mother e que se vê em poucas séries cómicas, que é a forma como lida com a continuidade. Apesar de demonstrar o meu desagrado pela sua longa duração e pela forma como se afasta do seu propósito original, admito que How I Met Your Mother é extremamente competente a continuar a sua história. E não digo apenas de um episódio para outro mas como um todo. Deleito-me por vezes ao observar, em episódios recentes, referências a histórias da primeira temporada e como ainda pode haver espaço na vida das personagens para isso. Louvo o quão bem definem a continuidade, que é um aspecto crucial.

E agora provavelmente aquilo que eu mais gosto de ver nesta série: o drama. Soará certamente bizarro dizer isto de uma denominada série de comédia mas... Céus, existem cenas dramáticas absolutamente magnificas. Algumas delas que me deixaram com uma lagrimita quase a sair do olho. Há muito potencial para boas piadas mas sempre que mostram uma destas personagens a sofrer e a deitar cá para fora emoções mais fortes e não-cómicas, é sempre de arrepiar.

Penso já poder responder à pergunta que coloquei no titulo deste post. E repondo um forte "Não". Mas é um não com respeito, um não que não visa demonstrar qualquer ódio ou insatisfação. Vejo problemas que me impedem de dizer sim mas que fique claro que esté um não pessoal e limitado. How I Met Your Mother definiu todo um conjunto de frases e hábitos, marcando o seu lugar na história das séries de televisão. Ainda estará no ar mais um ano e eu lá estarei a ver, quer goste ou não, como tudo vai acabar

Realço só que se não acabar com a frase "And this,kids, is how I met your mother" ou outra variante vai haver sangue. Sangue metafórico mas mesmo assim sangue.



segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Crítica - "Dumbo" (1941)


Há pelo menos uns 15 anos que eu não via o "Dumbo", um dos mais acarinhados e conhecidos filmes de animação dos Estúdios Walt Disney. Num dos meus habituais ataques de saudosismo decidi rever o filme e não tive muitas expectativas desiludidas. Muitas.

A história é conhecida. Dumbo é há muito esperado pela sua mãe e quando nasce, revela ter umas orelhas de tamanho fora do normal. Este facto põe-o um bocado marginalizado dos outros elefantes e animais do circo.Quando é gozado por um bando de crianças, a mãe de Dumbo passa-se e desata a bater numa das crianças. Isto faz com que  seja presa e colocada isoladamente. Resta ao pequeno Dumbo aprender por si próprio que a vida não é tão fácil como aparenta mas que todos nós temos qualidades que nos fazem nela sair bem sucedidos.

Digo já frontalmente: Dumbo não é um grande filme. Arrisco-me a dizer que nem sequer roça o limiar do "muito bom". Mas, não se iludam, eu gostei. Mais que razóavel, menos que bastante bom. Vê-se com muito agrado, tem momentos bestiais, outros nem tanto. Há uma única coisa que me faz achar que lhe falta algoe,infelizmente, é um aspecto um bocado central: o filme é extraordinariamente curto.
A duração normal de um filme é entre 60 e 90 minutos. "Dumbo" mal ultrapassa a barreira da uma hora. Se o filme tivesse pouco para contar ou mesmo várias histórias paralela , eu não veria grande problema. No entanto, "Dumbo" é um filme ambicioso em termos de história e isso, infelizmente vê-se na forma como é transposto.

Tem principio,meio e fim.Tem uma narrativa forte, tem personagens bastante interessantes, uma animação muito bem feita. Mas é demasiado apressado. Bastava mais meia hora para conseguir transmitir bem os eventos condensados da forma como foram (não é à toa que é o filme mais curto de todos os lançados pela Disney). Li recentemente que houve uma contenção de gastos maior que o habitual, o que preveniu o filme de ser maior do que poderia. O que é pena, porque é mesmo este o pior defeito de"Dumbo", ter tanto para contar e tão pouco tempo para o fazer.

Reparem: não é por isto que se torna um filme mau. Pelo contrário, é muito interessante e agradável de ser visto. Tem ( e bem merecido) um estatuto de clássico que é impossível refutar. A personagem principal é adorável e percebe-se perfeitamente aquilo porque passa por ser diferente. Para além disso é suportado por várias personagens secundárias boas e engraçadas. Existem algumas que não cativam assim grande coisa e até mesmo alguns erros de história que alteraria. Mas, a sério, qualquer filme que tenha uma cena tão louca e passada dos cornos como esta merece da minha parte uma vénia.


"Dumbo" é um filme interessante. Não é uma obra prima mas creio que isso se deve ao facto da duração. Se fosse maior e tivesse mais tempo para desenvolver as coisas tenho a certeza que gostaria mais. Ainda assim, vê-se com muito agrado e,sim, ia derramando uma lagrimita ou outra numa das cenas mais emocionais.

Classificação: 7/10

domingo, 23 de setembro de 2012

Crítica - "The Amazing Bulk" (2012)


De vez em quando surge um filme que, mesmo sabendo que é mau, nos diverte por essa exacta razão. Em alguns casos nem sabemos explicar porquê. Sabemos apenas que aquilo está mal feito ao ponto de nos divertirmos como não deviamos. "The Amazing Bulk" insere-se noutra categoria dos bons maus filmes por razões que já passarei a explicar.

A história é a de Henry Howard, um cientista que anda a fazer experiências em ratos para desenvolver uma fórmula que prolongue a vida aos seres humanos. O seu chefe é o General, que é também o pai da sua namorada Hannah, a quem ele pretende pedir em casamento. No entanto durante as suas experiências, algo corre mal e Henry acaba por se transformar num ser monstruoso capaz de destruir tudo e todos no seu caminho.

Caso ainda não tenham notado, este filme é um plágio descarado à história da personagem "Hulk". Porém há uma diferença entre isto e outros filmes de plágio: "The Amazing Bulk" nunca se leva a sério. É impossivel que um filme destes se leve a sério. Nunca na minha vida vi um filme tão virado para o lado da galhofa, da implausibilidade e da preguiça como isto. No entanto, é magnifico. Ao passo que a maioria dos filmes maus que divertem, não resultem mesmo com intenções de o fazer, nunca me poderão dizer que isto foi feito com esse intuito. É que  nem sequer parece querer ser uma comédia, nem um drama, nem uma história de super heróis. A arranjar um género para isto, eu digo "Que raio?". Ninguém no seu perfeito juizo levaria a idiotice a extremos tão grandes se não fosse propositado.

Só para terem a noção do que falo: "The Amazing Bulk" não tem um único cenário. Todo o filme é gravado em ecrã verde com cenários irrealistas por trás. E,parecendo que não, dá muita vontade de rir ver cenas de pessoas a correr nestas circunstâncias. Como já disse, nada se leva a sério. As personagens parecem caricaturas de caricaturas e não existe autenticidade. Mas resulta porque essa falta de realismo é intencional.

Não é fácil falar deste filme. É,realmente, uma experiência única de cinema. Não por ser bom, não por ser mau, mas por ser ele próprio. Desde a ridicula premissa até aos efeitos visuais mais ranhosos que possam imaginar, "The Amazing Bulk" é uma espécie de obra prima e algo absolutamente indescritível enquanto cinema. Nem em sketches dos Monty Python eu vejo coisas destas. No entanto é uma barrigada de riso do principio ao fim. Experimentem que vão ver que se divertem à grande.

Classificação: Não tem. Lamento mas recuso me a classificar uma coisa deste calibre.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Crítica - "Ruby Sparks" (2012)


Uma enorme característica que temos enquanto seres humanos é a idealização. Quer seja de situações, pessoas ou objectos existe sempre uma tendência para pensarmos como gostaríamos que realmente fosse perfeito. No entanto, a vida não funciona assim. Já diziam os Rolling Stones que não podemos sempre ter o que queremos. Porquê idealizar a perfeição? Ora, porque existe uma concepção de que é necessário ter tudo perfeito para se alcançar a verdadeira felicidade. Sendo assim, ou não existem coisas perfeitas ou não existe verdadeira felicidade. Mas como não quero começar a filosofar em demasia, digo apenas que o filme sobre o qual hoje escrevo fala precisamente acerca de idealização.

Calvin Wier-Fields é um jovem escritor, prodígio em tenra idade, que nos últimos anos não tem tido ideias para histórias. Certo dia uma jovem aparece-lhe num sonho e Calvin decide escrever sobre ela e inventá-la na sua mente. Só que esta rapariga, a quem ele decide chamar Ruby Sparks, começa a viver muito para além da sua cabeça e torna-se uma realidade na sua vida, que ele pode alterar como bem lhe apetecer.

"Ruby Sparks" pode ser analisado de muitas formas. Pode ser um estudo intensivo sobre a fina fronteira entre a realidade e a ficção, pode ser uma análise à sanidade e necessidade de se alimentar do ficcional. Acima de tudo eu acho que é mesmo uma história sobre idealização. E que no fim me deixou realmente a pensar na forma como muitas vezes nos importamos com tantas personagens que não passam da ficção e tanto odiamos pessoas que existem mesmo. Será que se passassem a ser mais que isso, desejaríamos realmente que fossem assim tão perfeitas? Será mesmo possível gostarmos mais de uma idealização fictícia do que de certas pessoas reais? E porque é que nada é perfeito, mesmo quando assim o queremos?

Este filme adequa-se ao estilo "comedy-drama" muito utilizado em anos mais recentes mas que em boa parte dos casos resulta devido ao equilíbrio ente os dois géneros. "Ruby Sparks" é um filme sobre o amor. Interessantemente encontrei nela algumas reminiscências a certos filmes que tratam da mesma temática como o "500 Days of Summer" ou "Beginners" ( embora defenda que o primeiro continua a ser o meu predilecto no que toca a retratar a temática amorosa). Tem momentos incrivelmente cómicos e depois tem momentos de grande intensidade dramática, não exagerando em nenhum dos dois. A história podia facilmente ser usada de forma muito menos madura e fácil como um filme de Sábado à tarde da TVI,sendo apenas engraçadinho ou mesmo mau, no entanto é tratado com a seriedade que merece, dentro da premissa fantasiosa do filme.

E a questão mantém-se: quantos de nós não sonhámos já com a pessoa perfeita? "Ruby Sparks" reflecte as consequências de, hipoteticamente, se ter à nossa frente a pessoa perfeita, que eventualmente amamos e que nos ama de volta. Não deve ser visto como um filme pouco irrealista pois acho que o objectivo é mesmo criar um universo onde isso pudesse acontecer e que reacções nos traria enquanto eternos procuradores da perfeição. O seu maior defeito é cair num ou outro cliché previsível que torna certas partes do filme ligeiramente menos cativantes que outras, apesar de não se deixar cair demasiado ao ponto de se perder o interesse. O Calvin de Paul Dano ( num papel extraordinário há uns anos em "Little Miss Sunshine") é extremamente único e ao mesmo tempo identificável e a Ruby de Zoe Kaplan ( que também escreveu o argumento do filme) é simplesmente profunda e adorável

Decidi manter as expectativas baixas para "Ruby Sparks", mesmo querendo imenso ver o filme, e não saí desiludido. Para qualquer pessoa que já pensou em tornar perfeição realidade e que goste de romances bem contados, este filme é o ideal. Para já é o melhor que vi este ano.

Classificação: 9.5/10

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Crítica - "The Dark Knight Rises" ( 2012)



Em 2008, "The Dark Knight" apanhou o mundo de surpresa ao revelar-se como um filme que coloca o género dos super-heróis num novo nível. Apesar de achar que tem as suas falhas, concordo com essas afirmações e mesmo não achando uma obra-prima compreendo de que forma as pessoas o consegue colocar nesses patamares. Agora, estou em crer que uma das razões pela qual "The Dark Knight Rises" não resulta como deve ser, reside nessa mesma comparação. Porém, mesmo sem ver o filme anterior, posso afirmar que o terceiro filme da saga Batman de Christopher Nolan.... é supreendentemente mediano.

Passaram-se 8 anos desde os eventos do filme anterior e Harvey Dent, assassinado pelo Batman, exactamente 8 anos antes, tornou-se num herói em Gotham. A taxa de crime baixou consideravelmente, graças ao decreto de Dent em relação à vigilância da policia. Bruce Wayne tem-se trancado em casa longe do mundo exterior e do olhar do público. Mas quando o mercenário mascarado Bane ameaça a segurança de Gotham e dos seus habitantes, o Cavaleiro das Trevas terá de renascer para o combater e salvar a sua cidade.

Compreendam o seguinte: "The Dark Knight Rises" não é propriamente um filme mau. Tem aspectos redimiveis e algumas cenas bastante boas. No entanto, o foco que Nolan coloca na história, por si só já escrita de maneira estranha, não se adequa como devia. Não é que a história seja má,apenas achei que não se adequa a um filme do Batman. Porque, basicamente, o que eu mais desaprovei no filme é que... É chato. Chato,chato, chato. Por algum motivo que eu não consigo bem revelar, o desenrolar do filme é muito lento e torna-se desinteressante muito rápido. Não que tenha sido inútil mas desta maneira só queria mesmo que o filme acabasse.

O maior defeito do "The Dark Knight" é que existe demasiado graças ao Joker, que, convenhamos, é uma das performances mais intensas da década passada. Aqui, mesmo tendo gostado do Bane, o filme tem muito menos atmosfera, muito menos epicidade e necessidade de salvação. Não senti Gotham, não senti realmente  que o Batman faz falta. E isso estava explicito nas personagens mas por algum motivo não passa a atmosfera cá para fora. O foco na história não é claro e, mesmo tendo 162 minutos, há coisas demasiado apressadas em prol de desenvolver outros plot points. Nem sequer as cenas de acção estavam nada de especial, apesar de não estarem más

Quanto às performances, acho que estavam todas adequadas. O Batman de Christian Bale é sempre interessante ( mesmo com a voz de bagaço). Do Bane já disse que gostei, e achei uma personagem bastante complexa ( embora o facto de ter uma voz tão cordial a falar fosse um pouco distrativo. Achei a Catwoman uma personagem um bocado dispensável mas gostei da abordagem da Anne Hattaway portanto resulta. A minha personagem preferida neste filme foi o Alfred, o mordomo do Bruce Wayne. E mesmo só para gozar comigo, é a que desparece a meio para voltar no fim. Fim esse do qual eu prefiro não falar, senão ainda me dá uma coisinha má.
O bom do filme é que quando uma cena era boa, era realmente boa. Qualquer um dos confrontos entre o Batman e o Bane está muito intenso, e as backstories que levam às motivações são bem conseguidas. ~

No entanto o filme continua a ser uma poça de aborrecimento. Talvez mude de opinião se o vir outra vez mas por agora, achei que a este "The Dark Knight Rises" falta muita coisa. Foi o primeiro filme do Cristopher Nolan que achei pouco característico seu e que outro realizador poderia pegar nisto e resultar de maneira parecida. E acho bem que seja o último, shor Nolan. Acho bem que seja o último.

Classificação: 5/10








segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Crítica - "La Haine" (1995)


Existe um enorme estigma contra o cinema francês. Que é chato, que não tem interesse, que é muito parado, entre outras coisas. Não vi muitos filmes oriundos de França mas já vi uns quantos. E, que me lembre, nenhum sofre desses defeitos. Aliás, um dos meus filmes preferidos é francês e vejo-o como uma das coisas mais brilhantes que o cinema já fez. Obviamente que não tenho moral suficiente para falar,porque não vi filmes franceses que são alvo dessas  criticas negativas. Nunca tinha ouvido falar de "La Haine". Mas uma busca aleatória pelo Top 250 do IMdB, trouxe-me a este filme. E ainda bem.

A história passa-se em Paris, nos tempos modernos. A cidade atravessa um período de rebeliões e vandalismo e os bairros mais problemáticos são vigiados avidamente pela policia. Durante o decorrer da obra, ficamos a conhecer Vinz, Said e Hubert, três jovens que participaram numa das rebeliões. No dia seguinte, descobre-se que um dos policias perdeu a sua arma, o que poderá dar origem a certos tumultos se for parar às mãos erradas.

"La Haine" quer dizer " O Ódio". Não é um filme de gangsters. Não é uma luta de gangs, não é um policial, não é um filme que tenha um estilo propriamente definido. É um filme sobre ódio e uma história de revolta e justiça, maioritariamente. Traz à superfície o lado mais detestável que uma pessoa pode ter mas não deixa de o mostrar de forma suficientemente humana para nos mostrar os seus motivos. É uma história onde as relações se definem e se põem à prova à luz dos acontecimentos mas é um pouco mais que isso.

Seguir qualquer uma destas personagens é um desafio interessante. É um daqueles raros casos em que não compreendemos porque temos tanto interesse em seguir aquelas pessoas, já que não agem de forma correcta, pelo menos aos nossos olhos. No entanto, aquilo que fazem nunca deixa em qualquer momento de ter interesse. A forma como as personagens reclamam com aquilo que vai contra o que concordam não é posta ao acaso. É simplesmente um sentimento derivado da exposição em demasia. "Ódio gera mais ódio" diz uma das personagens a certa altura. Vem de experiências vividas pelo seu autor e nota-se isso. Transporta-nos para o mundo onde a revolta predomina e dá-nos a sensação de estar mesmo ali e pensarmos o que nos poderia acontecer ao tentar sobreviver lá.

Não quero explicar muito mais do conteúdo pois é melhor entrar neste filme sabendo o menos possível, como me aconteceu a mim. "La Haine" é uma das obras mais interessantes e bem conseguidas que vi recentemente e sem dúvida o filme menos falado e destacado que vi em muito tempo. Se têm problemas com o preconceito do cinema francês, deitem-nos para o lixo e experimentem ver este. Creio que não se desapontarão.

Classificação: 10/10

terça-feira, 24 de julho de 2012

Crítica - "Ted"


Qualquer dos projectos em que Seth MacFarlane põe a mão torna-se num produto interessante e maioritariamente divertido. Mesmo não morrendo de amores pelas suas séries "Family Guy" e "American Dad", aprecio bastante o conceito e a forma como não têm medo de arriscar. É claro que houve óbvias influências de outras séries mas nota-se o risco que se corre com um tipo de humor tão variado, aleatório e até ofensivo. Pessoalmente é um género que aprecio e ao saber que MacFarlane investe o suficiente para passar para um filme live-action este seu estilo é extremamente positivo.

A história é a de John Bennett ( Mark Wahlberg), um miúdo tímido e sem amigos que recebeu como prenda um urso de peluche a quem chama Ted. Um dia, sem explicação aparente, o urso ganha vida e começa a falar ( com a voz do próprio Seth MacFarlane). A história corre o mundo e John torna-se adulto e com Lori ( Mila Kunis) como namorada. No entanto Ted cresce também e o facto de continuar a manter o seu urso da infância na sua vida começa a fazer questionar se não estará na altura de finalmente seguir em frente.

O que mais me impressionou neste "Ted" foi a forma como simultaneamente consegue gozar com a absurda premissa e no entanto dar-lhe uma realidade esmagadora. Levamos o seu gozo a sério porque desde o inicio que o filme se define como uma mescla de realidade com parvoíce e deixa-se levar por isso. Acaba por parecer um pouco um episódio de "Family Guy" transposto para o grande ecrã, notando-se o óbvio envolvimento de MacFarlane. E resulta porque, apesar de tudo, estamos perante um filme que respeita os padrões do cinema. Tem inicio, tem conflito, tem um fim com uma conclusão.

A premissa é bastante simples e poderia viver exclusivamente à custa das piadas mas não o faz. São piadas muito arriscadas e até ofensivas mas que no contexto do filme ( ter um urso de peluche a dizê-las) tornam-se muito engraçadas. Em relação às personagens acabam por ser um bocado "cartoonizadas", contudo é perfeitamente possivel identificar-mo-nos com elas e os seus dilemas. O filme pega em conceitos já vistos e utilizados mas consegue dar-lhes a volta de uma maneira elaborada.

O que posso dizer de negativo tem a ver com o facto de ter piadas muito arriscadas, sendo normal que algumas delas não resultem como deve ser. Acontece um par de vezes mas nunca em demasia. Para além disso, alguns momentos têm uma edição manhosa e um pouco abrupta.

Como já ouvi  alguém a dizer, "Ted" não é uma obra prima mas para isso encaminha. É a pegar num urso de peluche que ganha vida e metê-lo a crescer como um adulto o faria, parecendo normal ( nada comum em trabalhos de Seth MacFarlane). Faz-nos rir imenso e até levar às nossas cabeças a questão "E se o meu urso fosse de facto meu amigo e falasse?". A última meia hora deste filme é uma pérola da comédia.

Classificação: 9/10

sábado, 23 de abril de 2011

Critica - "The Last Airbender"


M. Night Shyamalan, deixo-lhe um aviso, até porque com certeza o senhor fala e entende a minha lingua. Eu sei que você consegue fazer filmes de jeito. Safou-se bastante bem no Sexto Sentido e o"Unbreakble" até é porreito. Depois descambou. Plantas a matar pessoas? A sério? 

Ok, tudo bem, você depois decidiu ir pelo caminho das adaptações de series de TV. Não há problema! Se for bem feito, até resulta."The Last Airbender", baseado na serie de animação, hein? Está bem, vamos lá ver. É capaz de ser giro!

( 107 minutos depois)

Credo...
Sr. Shyamalan, devo dizer-lhe que o senhor é impressionante. Conseguiu fazer um filme constantemente mau. Os meus parabéns! Agora deixo-lhe o meu conselho:  Por favor... VOLTE A FAZER FILMES DE JEITO E PARE DE FAZER ESTA QUANTIDADE DE BOSTA DE ORNITORRINCO!


Bem, agora falando sinceramente: há algum tempo que um filme não me fazia ignorar tanto personagens. É mau a vários niveis, embora esteja longe de ser uma abominação do cinema.



"A sua história é ambientada num mundo místico que se encontra dividido em quatro tribos (Nação do Fogo, Reino da Terra, Tribo das Águas e Nómadas do Ar) que viviam em harmonia sob a supervisão do Avatar Supremo, um individuo que controlava os quatro elementos e que dominava as artes marciais, no entanto, este “líder” desapareceu subitamente sem deixar rasto, um facto que foi imediatamente aproveitado pela Nação do Fogo que declarou guerra às restantes tribos que foram rapidamente derrotadas e subjugadas à vontade da nação mais forte. Um século depois do início do violento conflito tudo continua na mesma porque ninguém tem o poder necessário para contrariar a Nação Fogo que continua imparável, no entanto, tudo isto se altera quando é descoberta a reencarnação do Avatar Supermo, Aang (Noah Ringer), um menino muito sábio e muito forte que se assume como a única esperança da resistência, assim sendo, Aang e os seus aliados, Katara (Nicola Peltz) e Sokka (Jackson Rathbone), vão embarcar numa enorme aventura com o intuito de derrotar a Nação do Fogo e de restituir o equilíbrio ao seu mundo devastado." ( Resumo gentilmente copiado do site "Portal Cinema)


Bom, eu nunca vi um episódio completo da série mas o que vi gostei bastante e percebi mais ou menos o que se passava. O maior erro deste filme é, a meu ver, que é , no geral, uma trapalhada. A história está muito mal explicada e, como não fã da serie original, fiquei muitas vezes à nora do que se passava, e dizendo para mim próprio coisas como " Hã?", "Então mas agora é este?", "Mas ainda há bocado não era aquilo?".
E percebia-se se o objectivo fosse fazer de "The Last Airbender" um filme pouco sério. O problema é que vê-se claramente que não é. M. Night Shyamalan tentava fazer disto uma coisa com emoção mas falhou . Em algumas alturas, os diálogos são muito maus e, por vezes, engraçados não intencionalmente.

Nenhuma das performances se destaca e as que o fazem são pela negativa. Noah Ringer torna a personagem principal aborrecida, mesmo não parecendo de todo mau actor e as personagens de Sokka e Katara são estupidamente chatas e com performances medíocres. Nenhuma destas personagens me fez torcer ou gostar de alguma. São todas aborrecidas e desinteressantes. O único que se aproxima remotamente disso é Dev Patel, como Prince Zuko e mesmo assim falta-lhe muito para lá chegar.

 De resto, algumas falas são muito ridiculas e, juro-vos,parecem uma anime. Ou seja, ou o filme se aproximava demasiado do estilo da serie, ou se afastava demasiado deste. Eu percebo que não seja muito fácil adaptar 20 e tal episódios e comprimi-los a um espaço de uma hora e 40. Peter Jackson resolveu o problema de comprimir calhamaços para filmes de mais de 3 horas e resultou bem. Talvez se o mesmo fosse feito, o filme fosse um bocado melhor. A história passa a 300 km/h e não dá sequer tempo de poder ser explicada.

As lutas deram-me vontade de rir e sei que não era esse o propósito. Talvez resulte em desenho animado mas em live action, fica muito mal. Porque basicamente são pessoas a mexer os braços e atacar-se com elementos. Eu sei que isto parece bom, mas não o é. Principalmente porque estão animados de uma forma a que parece que não têm qualquer poder, mesmo não sendo maus efeitos. As cenas de acção são particularmente aborrecidas porque são muito desinspiradas e lentas.

Eis o que o redime de ser um filme horrivel. Os efeitos visuais, como já disse, estão bons e as animações a computador ( como o bufalo voador) estão bastante realistas. Os cenários são bons tambem e dão uma certa atmosfera. E tenho de referir que certas partes são algo interessantes e o fim é única parte do filme mais próxima de ser épica.

Opinião final:

"The Last Airbender" é mediocre, mesmo não sendo um filme horrivel nem sequer o pior de M.Night Shyamalan mas não resulta na mesma. O argumento não tem ponta por onde se lhe pegue, as interpretações não têm brilho e é um filme aborrecido de se ver.

Classificação: 3/10 ( novo sistema, já viram)




quarta-feira, 9 de março de 2011

Critica - "Rango"

Uma das coisas que mais admiro quando vejo filmes é quando a criatividade dos géneros é posta em prática, especialmente com a comédia. Ou seja, gosto bastante quando os filmes pegam num género cinematográfico e fazem uma mistura com outro, fundindo-se num só. Fê-lo "A Vida de Brian", com filmes biblicos, "Hot Fuzz", com filmes de acção e "Zombieland" com os filmes de zombies. Estas fusões gerão até alguns novos géneros de filmes que acabam por pegar. Eis agora a prova viva de que o western misturado com comédia resulta. Eis "Rango"!


Este filme é a prova viva que essas fusões que vos falo ainda estão muito presentes. E tendo em conta que o recente "True Grit" provou que os westerns não estão mortos, Rango" prova que a fusão de comédia com western ainda tem muito para contar.

"Rango" conta-nos a história de um camaleão doméstico que gosta de interpretar diversos tipos de personagens. Quando se perde e é abandonado no deserto, vai parar a uma vila chamada "Dirt", onde rapidamente inventa uma identidade ( denominado-se "Rango") onde é rapidamente visto como heroi  e numa posição onde rapidamente verá que a responsabilidade é maior do que parece.

Fiquei extremamente impressionado com este filme, pela positiva. Achava que iria gostar mas não desta forma. Vamos por partes.
Eu tenho noção de que é uma formula que já foi vista e até mais do que uma vez. Algum  desconhecido chega a uma cidade e é reconhecido como um herói, apesar de não o ser. Mas a forma como "Rango" define essa fórmula é diferente e única ( ligeiro spoiler, aqui). Normalmente o humor dessas histórias vem do facto da personagem que esconde ter piada a esconder esse segredo. Aqui não vem só desse facto, porque a personagem está estupidamente bem desenvolvida porque esse seu segredo durante maior parte do filme é mantido assim porque ele entra numa outra personagem, Eu sei que pode parecer confuso mas se virem o filme acho que vão perceber.

Para além disso o argumento, mesmo com algumas piadas recicladas de outros sitios e não tão boas, está muito bem escrito e é suportado por personagens muito boas e com vozes excelentes. Resulta como comédia, no geral, mas consegue contar uma história ( em muitas partes pouco adequada para crianças, verdade seja dita) com cabeça, tronco e membros e desenvolvê-la, mesmo que acabe por ser previsível no fim, o que não importa porque entretém na mesma.Como disse tem também personagens interessantes que ficam na memória de quem os vê e que estão suficientemente desenvolvidos para tal e têm grandes interpretações de voz (com principal destaque a Johnny Depp que interpreta aqui o papel principal.).

E a juntar a tudo isto temos das melhores animações a computador que já vi num filme. Olhando para os visuais é dificil não ficar admirado com o realismo de tudo aquilo. Eu sei que estou a falar de animais que falam e tal mas, a sério, olhando para a forma como a animação está feita, por instantes parece um filme do Clint Eastwood quando fazia de cowboy. É sem duvida uma parte contribuinte para que seja tão bom.

Penso que algumas piadas não resultam tão bem como deveriam e a certa altura perto do fim o filme arrasta-se demasiado. Mas é, sem dúvida alguma, um filme de animação sublime. Não deverá agradar a todos como me agradou a mim mas é um filme bem feito e vê-se com muita facilidade.

Opinião final:

"Rango" é um daqueles filmes de animação que dá gosto ver, ao nivel de muitos da Pixar. É capaz de demorar algum tempo a gostar e tem algumas piadas recicladas e previsibilidade mas compensa pelo western com elementos de comédia que é, boas personagens e uma das melhores animações computorizadas já feitas, fazendo com que Rango seja, uma vitória bastante bem animada.

Classificação: 94%

quarta-feira, 2 de março de 2011

Top 10 dos melhores filmes de 2010 ( inclui rescaldo dos Oscares)

Bom, acabou a época dos Oscars anteontem. E devo de admitir que foi uma atribuição de prémios algo satisfatória. Fala-se da cerimónia e do tão aborrecida que foi. Tenho de concordar.Não creio que tenha sido tanto mas tenho mesmo de concordar. Fiz o fantástico esforço de ficar acordado até às 4 e meia para ver o James Franco com cara de robot ( e de drogas, para ser sincero) a debitar palavras. Não acho que tenha sido uma abominação de cerimónia, mesmo não ganhando exactamente que eu queria mas algumas coisas foram ridiculas. James Franco não estava ali a fazer nada. Criticou Ricky Gervais nos Globos de Ouro por ter piadas faceis e horriveis e lá pelo meio faz uma piada sobre o Charlie Sheen e ainda se veste de Marylin Monroe. Ao menos o Ricky Gervais tem piada, James és bom actor e fizeste um grande papel mas não tens nenhuma. Não gostei também de terem posto todos os nomeados ao som do discurso de The King's Speech. Acho que foi mesmo só para ajudar a prever quem iria ganhar. Mas no geral foi uma cerimónia satisfatória mas que podia ter sido muito mais interessante.

Agora, sei que parece estranho estar a fazer isto depois dos Oscars mas tenho mesmo de o fazer porque vi filmes deveras bons no ano que passou. Dos cerca de 20 e pouco filmes de 2010 que vi estes foram os 10 melhores:

10- Megamind

Tinha bastantes expectativas para este e confesso que nem todas foram cumpridas. Algumas personagens eram demasiado formuláticas e não posso dizer que seja um filme de animação que tenha adorado.E por vezes dá a sensação que tenta plagiar demais ao género dos Super Herois. Contudo foi um filme que me surpreendeu pela positiva pela animação que tem e pela quantidade de piadas dirigidas a adultos e a crianças. É sempre bom ver filmes em que nos põem a torcer pelo vilão e não pelo heroi. E este foi bem sucedido, por acaso. Como disse, o melhor do filme são algumas piadas e a animação soberba que tem, já para não falar da grande banda sonora com musicas rock. Não é um filme sublime nem posso dizer que tenha adorado mas é sem dúvida apreciável e mais uma pequena vitória para a Dreamworks

9- The Kids are All Right

Considerado por muitos um dos melhores de 2010 ( pela a academia inclusivé), "The Kids Are All Right" surpreendeu me porque quebrou barreiras. Introduziu a história de dois miúdos que conhecem o homem que doou esperma às suas mães e que é assim por dizer o pai e como ele entra nas suas vidas. O que eu gostei foi a forma como este assunto é abordado. É uma premissa que tanto podia ser usada para um casal heterossexual como homossexual e, mesmos sendo este último, é tratado sem tabus, sem quaisquer preconceitos. São duas mulheres com uma familia apenas e gostei muito de ver que foi abordado de forma normalissima. Não é um grande filme e não tem um grande desenvolvimento de história nem nada mas tem bons actores, boas personagens e tudo o resto que o faz uma boa película do ano que passou

8- Shrek Forever After

2010 foi o fim de muitas sagas. A do "Lost" na TV, por exemplo. Mas também no cinema. Acabou a saga Toy Story ( já lá vamos.) e a do Shrek. E como devem saber eu gosto bastante da saga Shrek. É certo que não todos da mesma forma mas gosto. São filmes altamente originais, bem animados, engraçados e muito captivantes. E se é certo que já cansavam um bocadinho, é. Mas não posso dizer que concorde que os dois últimos filmes sejam assim tão maus. Acho que não conseguiu encontrar a estabilidade dos dois primeiros mas não creio que a tenha perdido assim tanto. E o que falhou no terceiro filme foi compensado em vários aspectos neste 4º e último. Recupera-se personagens que já conhecíamos e colocamo-las numa realidade paralela. E devo dizer que resultou bastante bem. Voltou ao espírito do inicial, colocando sempre uma boa dose de riso e de emoção honesta, num filme animado. Acho que foi uma maneira ideal de acabar uma serie de filmes que tanto encantaram pessoas por todo o mundo, a minha pessoa incluída.

7- Despicable Me

Interessante 2010 ter visto dois filmes na qual o vilão é a personagem boazinha no grande ecrã, e como não podiam ser mais diferentes. E é por esta razão que gostei mais deste,apesar de ser claramente mais infantil. No " Megamind" a fórmula de vilão contra herói existe na mesma. O protagonismo é que é invertido. A razão pela qual este filme resultou melhor para mim é porque eles levam essa coisa do vilão heroi doutra forma. Não há herois, há vilões que cometem grandes crimes. Pela mor de Deus, há um banco que empresta dinheiro aos vilões para praticarem grandes crimes! É um filme fantasticamente original por essa mesma razão. Porque a animação é soberba, as piadas são boas as personagens são todas interessantes e porque resulta melhor nesse conceito do que o "Megamind", mesmo sendo um filme mais previsivel.

6- 127 Horas

Não posso dizer que tenha ficado muito entusiasmado quando soube que este filme tinha como premissa:
"Um alpinista que fica com o braço preso numa rocha e que luta pela sobrevivência durante 5 dias." Estive muito céptico até o ver e posso agora dizer sem rodeios a todos os cépticos que tinha razão. É realmente um filme sobre um individuo preso com o braço numa rocha durante 5 dias. Agora o que dá gosto ver é a forma como isso é retratado. O que impressiona é a forma estupidamente realista como se lida com a situação. Mostra-se o que ele faz para tentar sair, como sobrevive, o que ele regista enquanto sabe que está ali preso. E fá-lo tão bem que quase dá para sentir a agonia do homem. E sim, foi baseado em factos veridicos. Mas o filme é poderoso a este ponto. Só para verem como o apreciei apesar da premissa mais que simples! E o que o James Franco não tem em apresentação de cerimónias, podem ter a certeza que o tem como actor

5- "The King's Speech"

Eis o filme que saiu vitorioso dos prémios da Academia. Mereceu? Podem ter a certeza que sim! Se era a minha escolha? Não, mas isso não interessa muito. O que interessa é que mais uma vez se pega numa história algo simples ( embora esta tenha um avançar bastante continuo): o rei George VI tinha um problema de gaguez e recorre a um terapeuta para o ajudar. E não muito mais que isto. E creio que é por isso que foi tão bom. Para já porque tem actores que fazem interpretações brilhantes. O que ajuda imenso. E depois porque as cenas são duma intensidade estranha mas no bom sentido. Todas as cenas em que O Colin Firth e o Geofrey Rush entram juntos são simplesmente fabulosas. Aquela dinâmica médico paciente- amigo trespassa o ecrã. Já para não falar que algumas linhas de diálogo são fantásticas. Cnquistou a Academia e embora não igualmente, também me conquistou.

(  dficuldade enorme tive eu para decidir qual dos dois próximos gostava mais. Noto que coloquei-os nesta ordem mas assim estão apenas por muito pouco. Gostei praticamente de ambos igualmente.)

4- Inception

Este é a originalidade cinematográfica em pessoa. Confesso que preferia que o Oscar de Melhor argumento fosse para o Inception e não para The King's Speech". Mas tenho de concordar com o que o meu amigo TM me disse: " O Inception é belo e complicado. O King's Speech é belo e simples." É de facto uma verdade mas para além de ser mais original, na minha opinião, este está mais bem feito. Em todos os aspectos. E por alguma razão ignoraram a realização de Christopher Nolan , vá alguem saber a razão. Não me vou estender muito mais porque este já teve direito a critica própria mas foi um filme que me soube captivar com a sua história e deleites visuais e que foi mesmo um dos filmes do ano.


3- The Social Network

Considero-me um viciado no Facebook portanto este foi um filme com que me soube identificar. É um filme semi-biográfico que conta como o maior fenómeno mundial dos últimos anos foi criado e como chegou ao estatuto onde chegou. E devo dizer que abismado fiquei quando o vi. Ao contrário do Inception não é um deleite para os olhos por aí além mas a questão que me fez gostar mais deste é que há algo de brilhante no argumento deste filme mas que simultaneamente é fácil de seguir. Vemos como o Facebook começa a ganhar forma, como o individuo começa a ser acusado de crimes relativos ao site e fenómeno que criou. E tudo de maneira muito muito interessante, a meu ver. Todas as respostas que vemos ele a responder, e todo o processo por detrás está retratado bastante bem, mesmo que nem tudo seja, aparentemente a realidade. Foi uma mais valia para o cinema e creio que vai ser um filme mais recordado em anos futuros por este mesmo retrato que faz.

2- Scott Pilgrim vs the World

Com este entra-se no patamar de filmes que eu adorei simplesmente do principio ao fim. Filmes que considero já experiência única e que entram nos meus filmes predilectos. Porque razão acontece isto com este filme? Porque tem tudo para tal. Faz o que nunca antes havia sido feito, colocar num filme referências a vieojogos e até outros filme. E fá-lo de uma maneira mesmo fantástica. Visualmente apelativo, divertido e completamente original, Scott Pilgrim vs The World é uma experiência cinematográfica que me entrou com uma potência que não há de voltar a sair.
( Critica mais extensa, num futuro próximo)

E o meu filme favorito de 2010 foi:

1- Toy Story 3

Aliás posso com toda a certeza dizer que foi o meu filme da década. Esperei por este filme muito tempo e fiquei contente por ver que quando chegou ainda foi melhor do que esperava. O imaginário que criei com os dois primeiros filmes em criança e que carreguei comigo ao crescer. Não é por ser uma sequela, é exactamente por ser mais do que isso. Porque consegue ter emoções honestas ( mais do que filmes live action, por vezes), consegue fazer com que pela terceira vez nos preocupemos com brinquedos, que sejamos captivados com o que lhes acontece e como isso nos afecta. Quantas pessoas conseguem fazer filmes assim? Muito poucas. Estou contente por o ter visto e foi O filme de 2010 e um dos filmes que mais me alegrou de ver de sempre. Terminou com sucesso uma trilogia, absolutamente perfeita.
( Critica extensa, no futuro próximo)


Foi assim o meu ano de 2010 e o que dele mais apreciei. Logo se vê o que este nos traz.






Especulou-se durante meses e meses que seria este o filme do ano. E sê-lo ia

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Previsões para os Oscars 2011

Umas observações:

Aqui coloco os que penso que irão ganhar a estatueta na categoria e aqueles que quero que ganhem. Faço esta previsão sem, infelizmente, ver " The Fighter" ou "Winter's Bone". Também excluí as categorias nas quais não vi nenhum dos filmes envolvidos ( neste caso a de melhor maquilhagem)


MELHOR FILME:
’127 Horas’
‘Cisne Negro’
‘The Fighter – Último Round’
‘A Origem’
‘Os Miúdos Estão Bem’
‘O Discurso do Rei’
‘A Rede Social’
‘Toy Story 3′
‘Indomável’
‘Winter’s Bone’
O que queria que ganhasse: Toy Story 3, Inception, 127 Horas e A Rede Social são candidatos justos para mim. Mas a minha escolha clara vai para "Toy Story 3"
Previsão de quem vai ganhar: "A Rede Social"
REALIZADOR:
Darren Aronofsky - ‘Cisne Negro’
Ethan Coen, Joel Coen - ‘Indomável’
David Fincher - ‘A Rede Social’
Tom Hooper - ‘O Discurso do Rei’
David O. Russell - ‘The Fighter – Último Round’
Quem eu queria que ganhasse: Christopher Nolan de "Inception" ou Danny Boyle de "127 Horas". Claro que a Academia fez o favor de não nomear nem um nem o outro. Dos nomeados: Darren Aronofsky, de "Cisne Negro"
Previsão de quem ganha: David Fincher por "A Rede Social" ( embora seja a categoria em que menos mereça)
ACTOR:
Javier Bardem - ‘Biutiful’
Jeff Bridges - ‘Indomável’
Jesse Eisenberg - ‘A Rede Social’
Colin Firth - ‘O Discurso do Rei’
James Franco - ’127 Horas’
Quem eu queria que ganhasse: James Franco ou o Colin Firth ( embora tenha gostado mais do primeiro)
Previsão de quem ganha: Colin Firth
ACTRIZ:
Annette Bening - ‘Os Miúdos Estão Bem’
Nicole Kidman - ‘Rabbit Hole’
Jennifer Lawrence - ‘Winter’s Bone’
Natalie Portman - ‘Cisne Negro’
Michelle Williams - ‘Blue Valentine’


Quem eu queria que ganhasse: Natalie Portman
Previsão de quem ganha: Natalie Portman. Merece.
ACTOR SECUNDÁRIO:
Christian Bale - ‘The Fighter – Último Round’
John Hawkes - ‘Winter’s Bone’
Jeremy Renner - ‘A Cidade’
Mark Ruffalo - ‘Os Miúdos Estão Bem’
Geoffrey Rush - ‘O Discurso do Rei’


Quem eu queria que ganhasse: Geofrey Rush, apesar de não ter visto ainda "The Fighter"

Previsão de quem ganha: Christian Bale, apenas com base nas previsões dos criticos
ACTRIZ SECUNDÁRIA:
Amy Adams - ‘The Fighter – Último Round’
Helena Bonham Carter - ‘O Discurso do Rei’
Jacki Weaver - Animal Kingdom
Melissa Leo - ‘The Fighter – Último Round’
Hailee Steinfeld - ‘Indomável’
Quem eu queria que ganhasse: Hailee Steinfeld,embora esteja claramente na categoria errada pois a sua personagem é tudo menos secundária.
Previsão de quem ganha: Hailee Steinfeld.
ARGUMENTO ORIGINAL:
Mike Leigh - ‘Um Ano Mais’
Scott Silver, Paul Tamasy, Eric Johnson - ‘The Fighter – Último Round’
Christopher Nolan - ‘A Origem’
Lisa Cholodenko, Stuart Blumberg - ‘Os Miúdos Estão Bem’
David Seidler - ‘O Discurso do Rei’
Quem eu quero e prevejo que ganhe: "Inception", de Christopher Nolan
ARGUMENTO ADAPTADO:
Danny Boyle, Simon Beaufoy - ’127 Horas
Michael Arndt, John Lasseter, Andrew Stanton, Lee Unkrich - ‘Toy Story 3′
Joel Coen, Ethan Coen - ‘Indomável’
Debra Granik, Anne Rosellini - ‘Winter’s Bone’
A Rede Social, Aaron Sorkin
Quem eu queria que ganhasse:  127 Horas ou  A Rede Social, apesar de ter gostado muito de Toy Story 3
Previsã0 de quem ganha: A Rede Social
FILME DE ANIMAÇÃO:
‘Como Treinares o Teu Dragão’
‘O Mágico’
‘Toy Story 3′
Quem eu quero e tenho quase a certeza que ganha: Toy Story 3. Se não ganhar é extremamente ridiculo.
DIRECÇÃO ARTISTICA:
‘Alice no País das Maravilhas’
‘Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 1′
‘A Origem’
‘O Discurso do Rei’
‘Indomável’


Quem eu quero e acho que vai ganhar: "A Origem"
FOTOGRAFIA:
‘Cisne Negro’
‘A Origem’
‘O Discurso do Rei’
‘A Rede Social’
‘Indomável’


Quem eu acho que deveria ganhar: " A Origem" ou "Indomável", embora esteja mais inclinado para o primeiro:
Previsão de quem ganha: "A Origem"
CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO:
‘Dia & Noite’
‘The Gruffalo’
‘Let’s Pollute’
‘The Lost Thing’
‘Madagascar, carnet de voyage’

Quem eu quero e acho que vai ganhar: "Dia e Noite", apesar de ter sido a única que vi
EFEITOS VISUAIS:
‘Alice no País das Maravilhas’
‘Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 1′
‘Hereafter – Outra Vida’
‘A Origem’
‘Homem de Ferro 2′



Quem eu quero e acho que vai ganhar: "A Origem"
GUARDA-ROUPA:
‘Alice no País das Maravilhas’
‘Eu Sou o Amor’
‘O Discurso do Rei’
‘A Tempestade’
‘Indomável’


Quem eu quero que ganhe: "Indomável"
Previsão de quem ganha: "O Discurso do Rei"
MONTAGEM:
’127 Horas’
‘Cisne Negro’
‘The Fighter – Último Round’
‘O Discurso do Rei’
‘A Rede Social’


Quem eu acho que deveria ganhar: "127 Horas"
Previsão de quem ganha: "Cisne Negro"
MISTURA SONORA:
‘A Origem’
‘O Discurso do Rei’
‘Salt’
‘A Rede Social’
‘Indomável’


Quem eu acho que deveria ganhar: "A Origem"
Previsão de quem ganha: " A Origem"
MONTAGEM SONORA:
‘A Origem’
‘Toy Story 3′
‘Tron: O Legado’
‘Indomável’
‘Imparável’



Quem eu quero e acho que vai ganhar: "A Origem"
BANDA SONORA ORIGINAL:
’127 Horas’
‘Como Treinares o Teu Dragão’
‘A Origem’
‘O Discurso do Rei’
‘A Rede Social’


Quem eu quero e acho que vai ganhar: " A Rede Social"
CANÇÃO ORIGINAL:
“Coming Home” - ‘Country Strong’
“I See the Light” - ‘Entrelaçados’
“If I Rise” - ’127 Horas’
“We Belong Together” - ‘Toy Story 3′


Quem eu quero que ganhe: " We Belong Together"
Previsão de quem ganha: "I see the Light"




O Oscars são amanhã a partir da meia noite e meia ( creio) . Vou filmar as minhas reacções à cerimónia enquanto esta decorre e colocar o video no meu canal do Youtube na segunda feira. Vemo-nos na cerimónia?