Bom, acabou a época dos Oscars anteontem. E devo de admitir que foi uma atribuição de prémios algo satisfatória. Fala-se da cerimónia e do tão aborrecida que foi. Tenho de concordar.Não creio que tenha sido tanto mas tenho mesmo de concordar. Fiz o fantástico esforço de ficar acordado até às 4 e meia para ver o James Franco com cara de robot ( e de drogas, para ser sincero) a debitar palavras. Não acho que tenha sido uma abominação de cerimónia, mesmo não ganhando exactamente que eu queria mas algumas coisas foram ridiculas. James Franco não estava ali a fazer nada. Criticou Ricky Gervais nos Globos de Ouro por ter piadas faceis e horriveis e lá pelo meio faz uma piada sobre o Charlie Sheen e ainda se veste de Marylin Monroe. Ao menos o Ricky Gervais tem piada, James és bom actor e fizeste um grande papel mas não tens nenhuma. Não gostei também de terem posto todos os nomeados ao som do discurso de The King's Speech. Acho que foi mesmo só para ajudar a prever quem iria ganhar. Mas no geral foi uma cerimónia satisfatória mas que podia ter sido muito mais interessante.
Agora, sei que parece estranho estar a fazer isto depois dos Oscars mas tenho mesmo de o fazer porque vi filmes deveras bons no ano que passou. Dos cerca de 20 e pouco filmes de 2010 que vi estes foram os 10 melhores:
10- Megamind
Tinha bastantes expectativas para este e confesso que nem todas foram cumpridas. Algumas personagens eram demasiado formuláticas e não posso dizer que seja um filme de animação que tenha adorado.E por vezes dá a sensação que tenta plagiar demais ao género dos Super Herois. Contudo foi um filme que me surpreendeu pela positiva pela animação que tem e pela quantidade de piadas dirigidas a adultos e a crianças. É sempre bom ver filmes em que nos põem a torcer pelo vilão e não pelo heroi. E este foi bem sucedido, por acaso. Como disse, o melhor do filme são algumas piadas e a animação soberba que tem, já para não falar da grande banda sonora com musicas rock. Não é um filme sublime nem posso dizer que tenha adorado mas é sem dúvida apreciável e mais uma pequena vitória para a Dreamworks
9- The Kids are All Right
Considerado por muitos um dos melhores de 2010 ( pela a academia inclusivé), "The Kids Are All Right" surpreendeu me porque quebrou barreiras. Introduziu a história de dois miúdos que conhecem o homem que doou esperma às suas mães e que é assim por dizer o pai e como ele entra nas suas vidas. O que eu gostei foi a forma como este assunto é abordado. É uma premissa que tanto podia ser usada para um casal heterossexual como homossexual e, mesmos sendo este último, é tratado sem tabus, sem quaisquer preconceitos. São duas mulheres com uma familia apenas e gostei muito de ver que foi abordado de forma normalissima. Não é um grande filme e não tem um grande desenvolvimento de história nem nada mas tem bons actores, boas personagens e tudo o resto que o faz uma boa película do ano que passou
8- Shrek Forever After
2010 foi o fim de muitas sagas. A do "Lost" na TV, por exemplo. Mas também no cinema. Acabou a saga Toy Story ( já lá vamos.) e a do Shrek. E como devem saber eu gosto bastante da saga Shrek. É certo que não todos da mesma forma mas gosto. São filmes altamente originais, bem animados, engraçados e muito captivantes. E se é certo que já cansavam um bocadinho, é. Mas não posso dizer que concorde que os dois últimos filmes sejam assim tão maus. Acho que não conseguiu encontrar a estabilidade dos dois primeiros mas não creio que a tenha perdido assim tanto. E o que falhou no terceiro filme foi compensado em vários aspectos neste 4º e último. Recupera-se personagens que já conhecíamos e colocamo-las numa realidade paralela. E devo dizer que resultou bastante bem. Voltou ao espírito do inicial, colocando sempre uma boa dose de riso e de emoção honesta, num filme animado. Acho que foi uma maneira ideal de acabar uma serie de filmes que tanto encantaram pessoas por todo o mundo, a minha pessoa incluída.
7- Despicable Me
Interessante 2010 ter visto dois filmes na qual o vilão é a personagem boazinha no grande ecrã, e como não podiam ser mais diferentes. E é por esta razão que gostei mais deste,apesar de ser claramente mais infantil. No " Megamind" a fórmula de vilão contra herói existe na mesma. O protagonismo é que é invertido. A razão pela qual este filme resultou melhor para mim é porque eles levam essa coisa do vilão heroi doutra forma. Não há herois, há vilões que cometem grandes crimes. Pela mor de Deus, há um banco que empresta dinheiro aos vilões para praticarem grandes crimes! É um filme fantasticamente original por essa mesma razão. Porque a animação é soberba, as piadas são boas as personagens são todas interessantes e porque resulta melhor nesse conceito do que o "Megamind", mesmo sendo um filme mais previsivel.
6- 127 Horas
Não posso dizer que tenha ficado muito entusiasmado quando soube que este filme tinha como premissa:
"Um alpinista que fica com o braço preso numa rocha e que luta pela sobrevivência durante 5 dias." Estive muito céptico até o ver e posso agora dizer sem rodeios a todos os cépticos que tinha razão. É realmente um filme sobre um individuo preso com o braço numa rocha durante 5 dias. Agora o que dá gosto ver é a forma como isso é retratado. O que impressiona é a forma estupidamente realista como se lida com a situação. Mostra-se o que ele faz para tentar sair, como sobrevive, o que ele regista enquanto sabe que está ali preso. E fá-lo tão bem que quase dá para sentir a agonia do homem. E sim, foi baseado em factos veridicos. Mas o filme é poderoso a este ponto. Só para verem como o apreciei apesar da premissa mais que simples! E o que o James Franco não tem em apresentação de cerimónias, podem ter a certeza que o tem como actor
5- "The King's Speech"
Eis o filme que saiu vitorioso dos prémios da Academia. Mereceu? Podem ter a certeza que sim! Se era a minha escolha? Não, mas isso não interessa muito. O que interessa é que mais uma vez se pega numa história algo simples ( embora esta tenha um avançar bastante continuo): o rei George VI tinha um problema de gaguez e recorre a um terapeuta para o ajudar. E não muito mais que isto. E creio que é por isso que foi tão bom. Para já porque tem actores que fazem interpretações brilhantes. O que ajuda imenso. E depois porque as cenas são duma intensidade estranha mas no bom sentido. Todas as cenas em que O Colin Firth e o Geofrey Rush entram juntos são simplesmente fabulosas. Aquela dinâmica médico paciente- amigo trespassa o ecrã. Já para não falar que algumas linhas de diálogo são fantásticas. Cnquistou a Academia e embora não igualmente, também me conquistou.
( dficuldade enorme tive eu para decidir qual dos dois próximos gostava mais. Noto que coloquei-os nesta ordem mas assim estão apenas por muito pouco. Gostei praticamente de ambos igualmente.)
4- Inception
Este é a originalidade cinematográfica em pessoa. Confesso que preferia que o Oscar de Melhor argumento fosse para o Inception e não para The King's Speech". Mas tenho de concordar com o que o meu amigo TM me disse: " O Inception é belo e complicado. O King's Speech é belo e simples." É de facto uma verdade mas para além de ser mais original, na minha opinião, este está mais bem feito. Em todos os aspectos. E por alguma razão ignoraram a realização de Christopher Nolan , vá alguem saber a razão. Não me vou estender muito mais porque este já teve direito a critica própria mas foi um filme que me soube captivar com a sua história e deleites visuais e que foi mesmo um dos filmes do ano.
3- The Social Network
Considero-me um viciado no Facebook portanto este foi um filme com que me soube identificar. É um filme semi-biográfico que conta como o maior fenómeno mundial dos últimos anos foi criado e como chegou ao estatuto onde chegou. E devo dizer que abismado fiquei quando o vi. Ao contrário do Inception não é um deleite para os olhos por aí além mas a questão que me fez gostar mais deste é que há algo de brilhante no argumento deste filme mas que simultaneamente é fácil de seguir. Vemos como o Facebook começa a ganhar forma, como o individuo começa a ser acusado de crimes relativos ao site e fenómeno que criou. E tudo de maneira muito muito interessante, a meu ver. Todas as respostas que vemos ele a responder, e todo o processo por detrás está retratado bastante bem, mesmo que nem tudo seja, aparentemente a realidade. Foi uma mais valia para o cinema e creio que vai ser um filme mais recordado em anos futuros por este mesmo retrato que faz.
2- Scott Pilgrim vs the World
Com este entra-se no patamar de filmes que eu adorei simplesmente do principio ao fim. Filmes que considero já experiência única e que entram nos meus filmes predilectos. Porque razão acontece isto com este filme? Porque tem tudo para tal. Faz o que nunca antes havia sido feito, colocar num filme referências a vieojogos e até outros filme. E fá-lo de uma maneira mesmo fantástica. Visualmente apelativo, divertido e completamente original, Scott Pilgrim vs The World é uma experiência cinematográfica que me entrou com uma potência que não há de voltar a sair.
( Critica mais extensa, num futuro próximo)
E o meu filme favorito de 2010 foi:
1- Toy Story 3
Aliás posso com toda a certeza dizer que foi o meu filme da década. Esperei por este filme muito tempo e fiquei contente por ver que quando chegou ainda foi melhor do que esperava. O imaginário que criei com os dois primeiros filmes em criança e que carreguei comigo ao crescer. Não é por ser uma sequela, é exactamente por ser mais do que isso. Porque consegue ter emoções honestas ( mais do que filmes live action, por vezes), consegue fazer com que pela terceira vez nos preocupemos com brinquedos, que sejamos captivados com o que lhes acontece e como isso nos afecta. Quantas pessoas conseguem fazer filmes assim? Muito poucas. Estou contente por o ter visto e foi O filme de 2010 e um dos filmes que mais me alegrou de ver de sempre. Terminou com sucesso uma trilogia, absolutamente perfeita.
( Critica extensa, no futuro próximo)
Foi assim o meu ano de 2010 e o que dele mais apreciei. Logo se vê o que este nos traz.
Especulou-se durante meses e meses que seria este o filme do ano. E sê-lo ia
Sem comentários:
Enviar um comentário