quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Critica - "Inception"

Muita gente que viu este filme e a quem perguntava a opinião me respondeu  que era muito bom e que tinha de ver. E certamente já o devia mesmo ter feito à mais tempo.Finalmente pude levar em cheio com a regalia do cinema que é "Inception".


Tive a oportunidade de ver o "The Dark Night" há uns tempos, também do Christopher Nolan, e está um filme bastante bem feito mas não creio que seja a obra prima que muitos dizem que é.  Este, creio que é. "Inception" leva-nos a outros limites da mente humana, com o seu argumento fantasticamente desenvolvido e intepretações de topo.

A história, apesar de tudo, pode ser dificil de seguir ( aconteceu me em certas partes). Leonardo DiCaprio interpreta Dom Cobb é um tipo de extractor, que entra nos sonhos das suas vitimas, enquanto estas estão inconscientes, para retirar informações destas. Quando um homem de negócios chamado Saito contrata Cobb para fazer o oposto, ou seja entrar no sonho e colocar  no subconsciente da vitima uma determinada ideia ( processo ao qual chamam " inception"), neste caso convencer o filho de um milionário a seguir o negócio do seu falecido pai.  Tentando provar que o processo é possível, Cobb monta uma equipa especialmente para o efeito e começam o seu objectivo de entrar na mente.

Deixem me que seja muito sincero com quem ainda não viu este filme. Quando o virem, tomem muita muita atenção. Isto porque há partes que nos são explicadas muitissimo rápido e todas de enfiada. Se for preciso andem com o filme para trás nas partes que não perceberam ( no meu caso tive de o fazer umas quantas vezes). Toda a atenção é necessária pois o mundo onde a acção de " Inception" decorre vive de certas e determinadas regras que não convém ao espectador esquecer.

Este filme prima, sem sombra de dúvida, pela originalidade com que Christopher Nolan o realizou e escreveu.
Afasta-se mais do género e invasão de sonhos que antes conheciamos no cinema. Não temos nenhum Freddy Krueger que entra nos sonhos das pessoas e que, matando-as no sonho, também as mata na vida real, Na verdade, aqui acaba por acontecer exactamente o contrário. É o que é feito fora do sonho que afecta que faz parte deste.

A fronteira entre sonho e realidade é retratada aqui como uma coisa muito ténue. Em muitas alturas do filme ficamos sem saber onde estamos a ver aquelas personagens. Aliás, sem querer ser spoiler, a certa altura vemos personagens a sonhar dentro de um sonho, onde também estão a sonhar e ainda dentro desse também sonham. Acabei de ver este filme com uma percepção muito estranha da realidade. Pensando bem, o teor de realidade dos nossos sonhos às vezes é muito grande. A mente humana está tão atenta a pormenores quando consciente, que durante o sono parece conseguir recriá-los perfeitamente. No mundo de "Inception" essa realidade ainda é mais perceptiva porque são pessoas que a controlam. Fazem o cenário do sonho e controlam-no como querem.

A forma como Nolan fez este filme é admirável. O conceito passa muitos dos limites que vimos em cinema anteriormente e resulta perfeitamente. A forma como o que acontece na vida real ( a carrinha na qual eles sonham a mexer-se bastante, movimentos que são vistos no sonho, por exemplo) está brilhante. Aliás, no geral o filme não é só um regalo em termos de argumento. Os efeitos especiais, que Christopher Nolan tentou limitar a nivel de efeitos a computador, são admiráveis e contribuem para o resultado final do filme. Suportado por grandes interpretações ( Di Caprio, Joseph Gordon - Levitt e Ellen Page são nomeações dignas de Oscar, a meu ver. A primeira para actor principal e as duas seguintes para os papeis secundários.)

Mas, por mais que admita que é brilhante e imcomparável, não creio que seja perfeito. É estranho porque a razão que o torna menos bom é  precisamente uma das que o torna brilhante. No processo de entrada aos sonhos visto em "Inception", existem certas e determinadas regras, como já referi. Essa parte está bem  construida e devo dizer que é muito boa. O problema é que são nos atiradas assim ao molho e até há alturas do filme em que mostram excepções atrás de excepções e parecem haver algumas contradições, embora não as haja. São é transmitidas muito rápido e pessoal com uma capacidade mais lenta de captar coisas, como é de vez em quando o meu caso, pode sentir-se deveras confuso. Mas não tira nenhum valor ao filme, porque se digo que é muito bom, podem ter a certeza que é!

Opinião final:

"Inception" mostra-nos um mundo onde a fronteira entre a realidade e o sonho se junta, muitas vezes indistinguível. Mas fá-lo de forma soberba, com um argumento fantástico e com a realização de Christopher Nolan, "Inception" é um dos filmes mais originais e cativantes que surgiram nos últimos anos e, sem dúvida, um dos melhores de 2010´

Classificação: 90 %

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